Reflexões Teóricas Sobre Conflitos Assimétricos:
Parte IV – Artilharia, a Arma Precisa
Eduardo Atem de Carvalho, PhD
Universidade Estadual do Norte Fluminense
Rogério Atem de Carvalho, DSc
Instituto Federal Fluminense
Série Reflexões Teóricas Sobre Conflitos Assimétricos, Acesse: Parte I – Introdução ao Momento Atual Link
Parte II – o Grupo de Combate de Infantaria Blindada e seus Meios Link Parte III – A Engenharia de Combate Blindada como parte integrante das Forças-Tarefa Link |
Resumo
Nos conflitos assimétricos, a Artilharia assume função dupla: estratégica, ao prover fogos em grande profundidade e precisão, negando ao adversário seu livre movimento e do desenrolar de sua cadeia de suprimentos, por mais tênue que esta seja, empregando mísseis e foguetes.
E no âmbito tático, com o emprego de diversas novas munições de alta precisão disparadas por tubo, no calibre 155 mm de peças autopropulsadas, que são capazes de atingir um alvo a 40km dentro de um círculo de 10 m, ou foguetes/mísseis lançados de viaturas sobre rodas ou lagartas, com alcance bem superior e precisão aceitável em ambiente urbano.
Já a Artilharia Antiaérea tem também emprego neste tipo de conflito, seja protegendo áreas urbanas e instalações amigas de disparos do inimigo, com mísseis e sistemas anti projéteis de baixa altitude e velocidade, seja provendo fogo direto de precisão.
INTRODUÇÃO
Historicamente, a Artilharia de Tubo, tipicamente rebocada por caminhão, cumpre seu papel mais comum de forma “estatística”, ou seja: atinge simultaneamente uma área designada com fogo de diversas peças e centenas de projéteis, ditos granadas ou obuses, e “estatisticamente” atinge esta área, perseguindo uma dada probabilidade de destruir os alvos que ali se encontrem. Assim tem sido nos campos de batalha clássicos, tradicionais, onde o eventual excesso de disparos por área compensa a falta de precisão. Este tipo de abordagem causa, porém, devastação em áreas urbanas, sendo o exemplo típico aquele citado no artigo III desta série [1]: a operação de retomada de Manilla, onde o exército dos EUA empregou peças de 155 mm e outras menores, atirando a menos de 100 m do alvo, em trajetória tensa.
Toda a essência tática da guerra assimétrica consiste na tentativa de negação do uso do poder de fogo devastadoramente superior do lado “forte” contra o lado “fraco”, empurrando os comandantes do lado “forte” para uma, dentre duas opções, ambas de interesse do lado dito “fraco”:
1) O comando “forte” insiste na solução clássica e usa a Artilharia para remover os pontos de resistência, mas como estes forem deslocados para áreas densamente povoadas, cada disparo, cado obus detonado, acaba naturalmente por causar devastação nas habitações e infraestrutura urbana. Isso alimenta a máquina de propaganda do lado “fraco”, que irá apresentar fotos cuidadosamente escolhidas, para que a mídia possa acusar o lado “forte” de “crimes de guerra”.
2) O comando do lado “forte” decide não empregar a Artilharia e opta por empregar grande efetivo de Infantaria, para avançar lentamente, de casa em casa, quarteirão em quarteirão, removendo os combatentes inimigos. Esta opção permite ao inimigo usar todo o tipo de recursos relativamente simples e baratos, como Dispositivos Explosivos Improvisados (DEI), franco-atiradores e grupos de emboscada, para causar o máximo de baixas no lado “forte”, forçando as operações de limpeza a perder o ímpeto e causar na opinião pública horror com o número de mortos e feridos graves, mas acima de tudo, o longo tempo levado pela operação.
De qualquer forma, a Artilharia clássica, de tubo, fica alijada das operações, privando o lado “forte” de sua arma decisiva, o poder de fogo.
Tiros de Alta Precisão – Artilharia de Tubo
Como antecipado no primeiro artigo da série, mais uma vez a resposta para o aparente paradoxo acima veio na forma de nova tecnologia. O calibre fixado como o ideal, foi o mediano de 155 mm, o tubo do canhão foi alongado e a munição recebeu guiagem eletrônica. A efetividade desta solução pode ser medida pelo desempenho das novas peças, que atingem o centro do alvo com desvios de no máximo 10 m. Essa precisão permite a quem decide fazer fogos sobre áreas bem delimitadas, reduzindo os chamados “danos colaterais” ao mínimo possível e permitindo significativa economia de disparos e vida útil do material.
Munições
Algumas das novas munições conhecidas são listadas abaixo:
a) Raytheon “Excalibur” (USA)[2]
Conhecida no exército americano como M982 ERDPICM (Extended Range Dual Purpose Improved Conventional Munitions), esta munição de calibre 155 mm foi desenvolvida para dar a este exército a capacidade de atacar os 3 tipos de alvos prioritários: veículos blindados ou não e bunkers reforçados que se encontrem além do alcance atual do calibre, no entanto, sendo capaz de reduzir danos colaterais, uma vez que seus estilhaços ficam concentrados e o obus desce na vertical, rumo aos alvos. A referência [2] apresenta texto bem completo sobre todas as características desta munição. É um projeto com tecnologia sueca-americana.
Algumas das suas características de projeto alegadas são:
– Relativo baixo custo
– Alcance de no mínimo 37 km quando disparado de peças com comprimento de tubo igual a 39 calibres.
– Alcance de no mínimo 47 km quando disparado de peças com comprimento de tubo igual a 52 calibres.
– Capacidade de detectar e destruir viaturas blindadas.
– Deve permitir que a tropa amiga continue operando com segurança em distancias até 150 m do alvo.
– Habilidade de realizar correções contínuas na propria trajetória, após disparo.
Esta munição foi largamente empregada no Iraque e Afeganistão e está sendo complementada pelo Precision Guide Kit (PGK), garantindo que qualquer que seja o ponto de impacto, o alvo estará na zona letal da ogiva. Espera-se que com este kit, o Erro Provável Máximo seja de até 30 metros do ponto de impacto desejado. Seus sistemas eletrônicos resistem até 11000g (gravidades, medida de aceleração) e 300 Hz de giro (18000 RPM).
Obus de 155 mm Excalibur Foto – Gunsandammo
b) Vulcano (Alemanha/Itália) [3]
De um esforço conjunto entre a Diehl Defence e Oto Melara, foi anunciado em 2012 a munição Vulcano de 155 mm GPS/SAL (Semi Active Laser), para ser empregado em peças de Artilharia autopropulsada Panzerhaubitze, empregadas pelos dois países. Esta munição foi apresentada como sendo mais barata e mais precisa que a Excalibur americana, atingindo o alvo no primeiro disparo e com um desvio de apenas 1 metro do alvo! Esta precisão é atingida por meio do chamado “laser target tracking” ou marcação do alvo a laser, feita por Observadores Avançados, que mantém o alvo, seja este estacionário ou não, “iluminado” todo o todo, até que seja atingido. O alcance prometido também é espantoso, sendo de aproximadamente 80 km, pela metade do preço do rival americano. Testes de campo demonstraram a veracidade das afirmações dos fabricantes europeus.
Obus de 155 mm Vulcano Foto – Diehl / Oto Melara
c) Top Gun, IMI (Israel) [4]
A IMI anunciou que a produção desta munição irá se iniciar no final de 2015. Desenvolvida especialmente para as Guerras Assimétricas, este kit converte obuses tradicionais em uma munição com guiagem final de precisão. Seu fabricante anunciou que a mesma é capaz de atingir alvos com desvios do ponto desejado de até 10 m. Porém estas correções só ocorrem em planos 2D, significando que para alvos fora da linha de disparo, o erro original permanece.
Os dados do disparo são calculados e passados da arma para a munição imediatamente antes do disparo. Após disparo, o sistema de GPS começa a receber dados de satélite e o projétil vai corrigindo sua trajetória continuamente.
Granada de 155 mm Top Gun Foto – IMI
Peças
Novas peças, capazes de disparar essas munições com precisão, surgiram ou foram aperfeiçoadas a partir de modelos existentes. A seguir apresenta-se alguns exemplos. Recomenda-se a leitura das referências de onde estas informações foram retiradas, porque a quantidade de informações técnicas é muito grande e foge à temática geral deste trabalho.
a) Batizado de Módulo de Artilharia [5] (AGM, Artillerie-Geschütz-Modul) pelos alemães, este sistema é autônomo, aerotransportável e autopropulsado, cabendo inteiramente no container blindado, que pode ser montado em um chassis sobre lagartas, um caminhão ou mesmo blindado sobre rodas Boxer. Foi baseado no Panzerhaubitze 2000 (PzH 2000). Em testes, empregando a munição americana Excalibur, foi capaz de acertar todos os disparos com desvio máximo de 3 m do centro do alvo, situado a 40 km de distância.
Panzerhaubitze 2000. Sistema alemão de disparo de projeteis de artilharia
de alta precisão. Foto – KMW
b) M-109 Paladin [6] é um obuseiro médio americano. Auto propulsado, foi modernizado diversas vezes, mantendo o calibre de 155 mm. A partir da versão A6, a guarnição foi reduzida para 4. É capaz de disparar diversos tipo de munição, entre elas a Excalibur.
Obuseiro autopropulsado americano, veterano da Guerra do Vietnã, que
recebeu sistemas eletrônicoa novos e munição de alta precisão (Excalibur)
– Foto US DOD
c) CAESAR [7]
Obuseiro francês sobre caminhão. O CAESAR (CAmion Equipé d'un Systeme s'Artillerie) ou “Caminhão Equipado com Sistema de Artilharia”. Peça de artilharia de 155 mm com comprimento de tubo 52 calibres, montada inicialmente sobre um caminhão UNIMOG (UNIversal MOtor Gerat – da Daymler-Chrysler/Mercedes) e atualmente sobre um SHERPA 5, pode ser visto na LAAD 2013. Quando a peça entra em posição, seus dois eixos traseiros são elevados e a base da peça suporta integralmente os esforços do disparo, prevenindo assim qualquer dano à suspensão do veículo. O fabricante alega que este sistema dispensa a busca inicial de alvos, pois seu sistema SAGEM SIGMA 30 interagindo com GPS seria o suficiente para fornecer um mapa tridimensional do terreno com a localização exata dos alvos e a distancia da peça até cada um deles (ver [9]). Seu alcance máximo atual é de 42 km, e com a nova família de munição “Ogro” é capaz de destruir bunkers a estas distancias ou espalhar dezenas de granadas anticarro sobre uma área de interesse.
Uma nota em relação às munições de tudo de alta precisão é que a eletrônica e superfícies móveis ocupam parte do espaço da carga explosiva nas ogivas, reduzindo-a. Se por uma lado essa redução vem de encontro à necessária redução de danos colaterais na guerra assimétrica, por outro pode se mostrar de pouca eficiência quando o oponente dispõe de alguma proteção ou se dispersa em campo aberto.
CAESAR. Sistema francês sobre rodas, que permite alta mobilidade e precisão dos disparos. Sistema CAESAR francês disparando durante a Operação Serval, ação no Mali, em 2013. Foto – MOD França
Fogos de Longo Alcance – Mísseis e Foguetes
No outro extremo do uso do poder de fogo, está o emprego da Artilharia de longo alcance, que emprega mísseis e foguetes. Seu uso como arma de dissuasão na guerra assimétrica não pode ser subestimado, nem sua capacidade de engajar e destruir as linhas de suprimento do lado “fraco”, que são tênues e dispersas, mas detectáveis pelo uso de ARP (Aeronave Remotamente Pilotada) e outros meios de reconhecimento em profundidade.
Como ressaltado constantemente nesta série, um dos desafios dos conflitos assimétricos está na sua característica de compressão do tempo, criando a necessidade de se dar maior poder de decisão aos escalões inferiores. A indústria de Israel apresenta o conceito de Bases de Fogo [8], que provê capacidades estratégicas ao nível pelotão (e escalões superiores, obviamente). Por este conceito, mesmo neste nível é possível requisitar fogo de foguetes e mísseis, por exemplo.
Como exemplo de sistemas de armas de longo alcance destaca-se o brasileiro ASTROS. Este sistema talvez seja, dentre os modernos, um dos que mais possui experiência comprovada em campo de batalha. A capacidade do sistema ASTROS 2020, sua mais recente versão e ainda em desenvolvimento, vai da saturação em meias distâncias até fogos de precisão a 300 km. A combinação deste tipo de sistema com o emprego de ARPs constantemente em voo que, ao identificar movimentos ou instalações adversários atrás das linhas, faz disparos de precisão a grande distância, permite a interdição com sucesso dos movimentos da tropa dita “fraca”. Cabe acrescentar que além da flexibilidade de munições, o ASTROS alia ainda elevadas mobilidades tática e estratégica, prova disso foi o fato de que baterias ASTROS em posse do exército iraquiano foram alvo prioritário da Coalizão durante a primeira Guerra do Golfo [9]. Com alcance de até 40 km, o foguete guiado AV-SS40G deverá ser o primeiro de uma família que dará capacidade de atingir alvos com precisão requerida nas operações de conflitos assimétricos ou convencionais modernas. A referência [9] aborda todas as características desta nova munição.
Outro sistema testado em combate e que copia do ASTROS alguma de suas características é o HIMARS (HIgh-Mobility Artillery Rocket System), do Exército e dos Marines americanos, tratando-se de uma evolução dos antigos MLRS sobre lagartas, inclui uma versão sobre um caminhão 6×6 (aeromóvel). Porém esta não foi a principal inovação do sistema: novas munições foram adicionadas às já existentes, de forma a ampliar o leque de emprego do sistema. Uma das novas munições trata-se de um foguete guiado que dispõe de giroestabilização e posicionamento por GPS, que disparado no Iraque, foi capaz de atingir e destruir um prédio abandonado a cerca de 50 km de distância, permitindo que tropas amigas a 350 m de distância observassem o fato sem serem atingidas. Este sistema permite ao comando local obter apoio de fogo de precisão quando o uso da aviação é impraticável, por razões climáticas ou outras [10].
Sistema Alta Mobilidade Para Lançamento de Foguetes – M 142 HIMARS
US Marines lançam foguetes do M142 High Mobility Artillery Rocket System – HIMARS, Província Helmand, Afeganistão, Junho 2013 . Foto – US Marines
É importante notar que o emprego de fogo em profundidade usualmente era reservado à força aérea, mas, mais uma vez, a compressão dos tempos no campo de batalha moderno não mais permite que se espere pela necessária cadeia de acionamento de aeronaves de combate. Adicionalmente, a solução ARP combinada com lançadores de foguetes e mísseis possui um custo mais baixo, mesmo quando comparado aos helicópteros de ataque em poder dos exércitos. Às aeronaves ficam reservados os alvos muito dinâmicos ou situados muito profundamente, tendo os helicópteros a vantagem do rápido acionamento, enquanto que os caças (inclusive os turbo-hélices, como o Super Tucano) geralmente se mostram superiores em alcance, velocidade e capacidade bélica. ARPs podem prover guiagem final a mísseis disparados de terra, seja por iluminação direta do alvo, seja por atualização de posição geográfica deste. Tal solução reduz custos, aumenta a disponibilidade no campo de batalha e não expõe pilotos ou observadores avançados ao fogo inimigo, enquanto que apresentaria uma capacidade bélica final maior que a de ARPs armados.
ASTROS 2020. Sistema de artilharia brasileiro, que combina mísseis e
foguetes. Altamente móvel e capaz de engajar alvos até a 300 km de
profundidade Foto – MOD Brasil
ARTILHARIA ANTI-AÉREA NA GUERRA ASSIMÉTRICA
Enquanto que no campo de batalha convencional a ameaça vinda do ar é representada por aviões e helicópteros, tornando os mísseis tipo MANPADS [9] soluções altamente eficazes e de baixo custo, no campo de batalha da guerra assimétrica, a Artilharia Antiaérea (AAe) tem emprego estratégico ao defender instalações e áreas urbanas amigas de projéteis de tiro curvo, mísseis e foguetes. Assim, a artilharia antiaérea baseada em canhões de alta cadência, bi ou tetra-tubos, que já havia sido considerada obsoleta por alguns exércitos europeus na década passada, provou-se não apenas útil, como necessária. Trabalham complementando sistemas de interceptação tipo “Iron Dome” israelense.
Sistema de defesa antiaérea Iron Dome. É o único sistema provado em batalha até agora. Se mostrou capaz de deter desde de granadas de morteiro até
foguetes de longo alcance. MOD Israel
A arma de tubo se tornou crucial também no apoio de fogo direto à Infantaria, antes da chegada dos CBTP, conforme solução apresentada pelo exército russo na Chechênia [11], onde os combatentes irregulares se escondiam nos andares altos ou nos porões dos prédios, impedindo o fogo dos canhões dos CCs, devido aos ângulos extremos.
No lado ocidental, tome-se o caso do Gepard, blindado de 45 ton, que conta com o casco do CC Leopard I, torre blindada com canhões gêmeos Oerlikon de 35 mm com alta cadência de fogo (nominal individual de 550 tiros por minuto). A potência de seu motor de 830 HP garante que esta viatura é capaz de seguir os CC Leopard em ação por qualquer terreno [12]. Com adaptação no software e incorporação de mira eletro-ótica é possível transformar esta viatura em uma formidável arma para o campo de batalha assimétrico, dando ao comandante local capacidade de remover combatente inimigos operando contra Infantaria sem entanto causar a devastação usual da artilharia “estatística”, mantendo o assustador poder de fogo desta à disposição do elemento no terreno em torno da região urbana.
Gepard 1A2. Esta Viatura Blindada de Combate Antiaérea pode ser empregada de maneira decisiva na guerra assimétrica, realizando tiro direto de precisão, trazendo apoio de fogo decisivo às tropas no terreno, sem causar excessivo dano colateral Foto – Ricardo Fan / DefesaNet
PESO X MOBILIDADE
Existe uma tendencia nos exércitos contemporâneos, para unidades orgânicas nível Brigada, em concentrar o calibre de suas peças em 155 mm ou equivalente. Este calibre médio tende a substituir tantos os leves quanto os pesados, restando somente algumas unidades de emprego específico que ainda requerem calibres menores, devido ao teatro específico (montanha, por exemplo) ou maiores, no caso do exército sul coreano, devido à ameaça de um confronto clássico com seu vizinho imprevisível do norte.
Outra tendência é a mobilidade, com razoável capacidade aerotransportada, facilitando seu emprego em ambiente dinâmico, cabendo acrescentar que a capacidade helitransportada se limita ainda às peças rebocadas, sendo que as de 155mm são transportadas atualmente apenas por helicópteros pesados, e as de 105mm, transportáveis por helicópteros médios, tem tido parte de seu emprego substituído por morteiros de 120 mm com munições modernas que proveem maior alcance e precisão.
CONCLUSÕES
A Artilharia apresenta imenso potencial e riscos de emprego em um conflito assimétrico, mas as respostas tecnológicas, centradas no calibre 155 mm, com guiagem eletrônica do projétil a laser ou GPS e sobre plataformas ágeis, permitiu a permanência do emprego da Última Palavra dos Reis em conflagrações contemporâneas.
A Artilharia contemporânea tem substituído parte do papel das forças aéreas no apoio de fogo ao empregar a combinação de mísseis e foguetes combinados a ARPs para ataques em profundidade, deixando para as primeiras as funções de ataques estratégicos – o que traz a discussão de que até que ponto os ARPs armados não deveriam ser operados pelos exércitos e não pelas forças aéreas, de maneira não só a prover rápido acionamento, bem como a evitar danos colaterais a civis e fogo amigo, posto que é a cadeia de informações do exército é que está mais próxima dos alvos terrestres. Cabe porém ressaltar que o apoio aéreo aproximado continuará cumprindo suas funções tradicionalmente em ambientes de guerra assimétrica onde as peças de artilharia moderna não conseguirem chegar ou obter linha de tiro, como selva ou montanha.
Referências Bibliográficas
[1] Carvalho, E. A.; Carvalho, R. A. Reflexões Teóricas Sobre Conflitos Assimétricos: Parte II o Grupo de Combate de Infantaria Blindada e seus Meios. 2015.
[2 Excalibur http://www.globalsecurity.org/military/systems/munitions/m982-155.htm
[4] Top Gun http://i-hls.com/2014/01/new-high-precision-israeli-artillery-shell/
[5] AGM http://www.army-technology.com/projects/artillery/
[6] Paladin http://www.defenseindustrydaily.com/have-guns-will-upgrade-the-m109a6-paladin-pim-partnership-04039/
[7] CAESAR http://www.militaryfactory.com/armor/detail.asp?armor_id=685
[8] Rapaport, A., “Providing the Tactical Echelon with Strategic Capabilities”, Israel Defense, n. 26, May-June 2015.
[10] HIMARS http://www.army-technology.com/projects/himars/
[11] Wikipedia, Man-portable Air Defense System https://en.wikipedia.org/wiki/Man-portable_air-defense_system
[12] Arquilla, J., Karasik, T. Chechnya: A Glimpse of Future Conflict? Studies in Conflict & Terrorism, 22: 207:229, Taylor & Francis, 1999.
[13] Scheibert, M., The Leopard Family, Schiffer Publishing ltd, USA (1989)
(Todas as referências acessadas em 29 de agosto de 2015)
Nota DefesaNet
Para uma avaliação do sistema IronDome acesse:
Iron Dome – Análise Performance Link